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"Do nascimento aos 18 anos, uma mulher precisa de bons pais. Dos 18 aos 35, precisa de boa aparência. Dos 35 aos 55 precisa ter muita personalidade. Dos 55 em diante, precisa de dinheiro." (Sophie Tucker)

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

A pessoa com Surdez


Ele não ouve, então ele não pode se comunicar?

Alguns podem achar essa pergunta boba um absurdo, mas por muito tempo e até hoje ainda existem indivíduos que pensam que as pessoas com surdez são incapacitados. Porém, atualmente existem muitos estudos sobre o assunto e já se provou que a surdez não é sinônimo de dificuldade ou barreira. Essas barreiras existem mas são criadas e impostas pela sociedade. E o ponto chave onde podemos derrubar esses muros é a ESCOLA.
Para se discutir o assunto é preciso ter conhecimento sobre tal, então posto aqui um pequeno resumo de um trabalho que fiz em grupo na Faculdade a algum tempo.  O texto faz um levantamento sobre as filosofias e os métodos que nortearam a educação das pessoas com deficiência auditivas e como essas pessoas eram vistas pela sociedade ao longo da história. Além é claro de analisar os pontos negativos e positivos dessas metodologias.

Há princípio a sociedade atribuía uma visão extremamente negativa a surdez. Na antiguidade os surdos eram vistos de diversas formas, algumas vezes como merecedores de piedade e compaixão, outrora como pessoas castigadas pelos deuses ou consideradas enfeitiçadas. Sendo assim, muitas vezes eram abandonadas a própria sorte, ou pior, eram sacrificadas.  Essa concepção fez com que as pessoas surdas ficassem à margem da sociedade sem nenhum direito assegurado até o século XV.


Já no século seguinte, começaram a surgir novos pontos de vistas com os educadores de surdos. O italiano Girolamo Cardano (1501-1576) é um exemplo, foi o primeiro a afirmar que o surdo deveria ser educado e instruído, afirmava também que era um crime não instruir um surdo. Ele utilizava sinais e linguagem escrita para ensinar a língua oral de seu país. Outro precursor foi o Monge Beneditino Pedro Ponce de Leon (1520-1584), que utilizava além de sinais, treinamento de voz e leitura de lábios. Foi ai que surgiu o Oralismo que é um método de ensino para surdos, no qual se defende que a maneira mais eficaz de ensinar é através da língua oral. Em 1880 no congresso Internacional de Educadores de Surdos, realizado em Milão, foi colocado em votação qual método deveria ser utilizado na educação dos surdos. O Oralismo venceu e o uso da língua de sinais foi oficialmente proibido. Tal método imperou até 1970.
Já em 1968, surge a filosofia da Comunicação Total que utilizava todas as formas de comunicação possíveis na educação dos surdos, acreditando-se que a comunicação e não apenas a língua, deve ser privilegiada. Ou seja, acreditava que os aspectos cognitivos, emocionais e sociais não deveriam ser deixados de  lado  só por  causa da aprendizagem  da  língua oral, defendendo assim a utilização de qualquer recurso espaço visual como facilitador da comunicação.


Quase duas décadas depois, surge o Bilinguismo, que parte do princípio que o surdo deve adquirir como sua primeira língua, a língua de sinais com a comunidade surda, facilitando o desenvolvimento de conceitos e de sua relação com o mundo. Isto é, a Língua de Sinais deve ser oferecida à criança surda o mais precocemente possível e a língua nativa do seu país deve ser ensinada como a segunda língua.
No Bilinguismo o ponto positivo é que a criança surda vai estar em contato com a língua de sinais desde o seu nascimento, facilitando assim, o seu desenvolvimento tanto nesta modalidade quanto, mais tarde, na modalidade escrita. No Bilinguismo, não há, aparentemente, um ponto negativo que pode ser ressaltado são as dificuldades enfrentadas em conseguir que crianças surdas de pais ouvintes tenham contato desde cedo com a língua de sinais, o que acarreta numa dificuldade cognitiva no futuro da mesma.
Em suma, hoje, é preciso lutar em defesa do Bilinguismo, ele existe, porém, em diversos lugares tal filosofia ainda é vista como utopia, ou é algo que fica apenas na teoria. É preciso a ação, a prática, é necessário que de verdade sejam levadas a sério toda essa corrente de pensamento, pois vimos que pra chegar até aqui, foi preciso muita luta, muita reivindicação. Precisamos, acima de tudo, dar “voz”, não apenas porque são surdos, mas porque a sociedade quis calar.

Obs: Existe um filme interessante que fala um pouco do drama que a pessoa surda e sua família passam. Este filme já é um pouquinho velho, porém aborda uma temática muito atual, a surdez.
E Seu Nome é Jonas (1979)



Jonas (Jeffrey Bravin) é uma criança solitária. Por ser Surdo foi diagnosticado erroneamente com retardo mental. Após descoberta do erro médico a Mãe de Jonas (Sally Struthers) e o pai (James Woods) lutam para estabelecer a comunicação de seu filho. Os especialistas abanam a cabeça e cacarejam suas línguas e proíbem qualquer tipo de comunicação gestual, em defesa da linguagem oral. Com isso, Jonas não consegue se inserir socialmente. Sem consegui se comunicar com sua família, seu pai sem esperança e aborrecido com o preconceito que sofre pelo fato do filho ser surdo abandona a família. Porém, a mãe de Jonas determinada a ajudar o seu filho continua na luta, mas sem avanços ela vai em busca de novos métodos de tratamento para o filho. Então finalmente consegue encontrar uma alternativa e ensina a linguagem de sinais a criança, abrindo seu mundo intelectual e emocionalmente.



And Your Name Is Jonah (TV Film) – USA





Dicionario online de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais)





"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." (Charles Chaplin)




terça-feira, 24 de abril de 2012

TOP 10 - Filmes para debates Filosóficos

 Neste Top 10 de abril discutiremos filmes que em seus roteiros abordam questões filosóficas como segundo plano ou até mesmo como cerne principal do enredo.
Porém, é preciso discutir antes um pouco da filosofia, é claro que todos já devem saber de alguma coisa do assunto.




Filosofia em questão

A palavra filosofia é de origem grega: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio. Então Filosofia significa, literalmente amor à sabedoria que é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, a mente e a linguagem.


Geralmente somos obrigados a engolir de forma errônea a Filosofia simplesmente como uma matéria escolar que basicamente se restringe a um levantamento histórico da Filosofia e seus pensadores, ignorando assim, a própria essência filosófica que é pensar, refletir, questionar e  buscar incessantemente a “verdade”.
A questão aqui não é discutir Filosofia, mas observar a minha lista das 10 obras cinematográfica que de alguma forma, além de nos entreter, dialogam com a filosofia e nos fazem parar para pensar.

10. Muito além do jardim (1979)

Este filme, particularmente, é o mais denso deste Top 10. Consegue levanta inúmeras questões que dizem respeito à Mídia e sua influência na sociedade atual. Como: Qual o alcance da comunicação de massa e até que ponto é capaz de interferir na vida do indivíduo? Somo subprodutos de uma sociedade moldada a partir da mídia. Até que ponto somos alienáveis e alienados?
Quando Change, protagonista do filme, não consegue representar a realidade em sua mente, pois seu mundo se restringiu por aquilo que era passado na televisão.
Muito além do jardim quer questiona a perda da subjetividade, uma vez que passamos a nos deixarmos sermos moldados pela mídia.
Mas também podemos extrair deste filme a questão da ingenuidade como algo bom, e neste caso o estado de expírito de Change é extremamente puro devido a sua ingenuidade, e isso o torna uma pessoa sem malícias e ironicamente sábia mesmo dentro da sua limitação intectual.
  

Sinopse: Chance (Peter Sellers), um homem ingênuo, passa toda a sua vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. Ele nunca entrou em um carro, não sabe ler ou escrever, não tem carteira de identidade, resumindo: não existe oficialmente. Quando seu patrão morre, é obrigado a deixar a casa em que sempre viveu e, acidentalmente, é atropelado pelo automóvel de Benjamin Rand (Melvyn Douglas), um grande magnata que se torna seu amigo e chega a apresentá-lo ao Presidente (Jack Warden). Curiosamente, tudo dito por Chance ou até mesmo o seu silêncio é considerado genial. Paralelamente a saúde de Benjamin está crítica e Eve Rand (Shirley MacLaine), sua esposa, se apaixona por Chance.

09. A vida de David Gale (2003)


O filme em questão tem a intenção de fazer o espectador refletir sobre a pena de morte. No entanto, com desenrolar do desfecho o objetivo do filme se perde, porque, com toda a trama de mistério o espectador se prende a estória tentando descobrir sobre o assassinato do que na questão sobre a eficácia ou não da condenação à pena de morte. E isso acaba não deixando que o público reflita sobre o tema. Mesmo assim "A vida de David Gale" ainda é referência para se discutir tal assunto.


Sinopse: David Gale (Kevin Spacey), professor de filosofia da Universidade do Texas e ativista de um movimento contra a pena de morte, é acusado de assassinar sua amiga de luta, Constance Harraway (Laura Linney). Por ironia, Gale é condenado à pena de morte. Três dias antes da execução resolve contar sua história à jornalista Elizabeth Bloom (Kate Winslet).
08. Sociedade dos poetas mortos (1989)

Filme belíssimo, que conta a história da turma de alunos de uma escola tradicionalista que acaba de receberer um professor de literatura, ex-aluno, que tem ideias revolucionárias. John, professor interpretado por Robin Williams, é versátil e visionário e tenta instigar os estudantes mostrando que a vida é muito além de status social e dinheiro. Estes alunos, influenciados por Jonh, começam a questionar e críticar a ideologia defendida pelas diferentes esferas da sociedade, ao qual são dominados. Ótimo filme e altamente recomendável. Todo educador precisa assisti-lo!



Sinopse: Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".

07. O show de Truman (1998)

O Show de Truman é outra obra cinematográfica que questiona a mídia e sua influência na sociedade.O filme, de Peter Weir, problematiza  os aspectos  decisivos da  vida moderna, como no caso da mecanização das relações através dos meios de comunicação, a manipulação das vontades  e principalmente a invasão da privacidade pela Mídia. Isto é, O Show de Truman é uma metáfora da vida atual, pois estamos caminhando para a perda de privacidade total, possibilitada pela tecnologia vigente e cada vez mais aperfeiçoada. De uma forma geral, além da crítica à comunicação de massa, ao reality show, especificamente, podemos discutir a partir do roteiro o conceito de liberdade muito bem trabalhado no filme.


 
Sinopse: Pacato vendedor de seguros (Jim Carrey) tem sua vida virada de cabeça para baixo quando descobre que o astro, desde que nasceu, de um show de televisão dedicado a acompanhar todos os passos de sua existência.


06. Matrix (1999)

Matrix é um filme denso e muito pretensioso. Faz-nos refletir sobre diversas questões, nos remetendo a uma série de complexidades: como por exemplo, ao mito da caverna de Platão, a uma crítica da sociedade mundial moderna e todo o seu consumismo desenfreado.
O filme é bom em todos os sentido. Não é uma obra simples de hollywood feita pra vender apenas. Mas muito mais que isso. Assista!


Sinoopse: Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem programador de computador que mora em um cubículo escuro, é atormentado por estranhos pesadelos nos quais encontra-se conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no exato momento em que os eletrodos estão para penetrar em seu cérebro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade.

 05. Gattaca: uma experiência genética (1997)
 
Gattaca é o filme de Andrew Niccol que, através do personagem Vincent, faz uma narrativa sobre um futuro possível onde o destino de todo o ser humano depende de seu código genético.
Ótima obra que se discuti a questão da força de vontade e da determinação que podem vencer qualquer limitação física e biológica. 


Sinopse: Num futuro no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue um lugar de destaque em corporação, escondendo sua verdadeira origem. Mas um misterioso caso de assassinato pode expor seu passado.

04. Laranja Mecanica (1971)

Sinopse: No futuro, Alex (Malcolm McDowell), líder de uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, ele usado em experimento destinado a refrear os impulsos destrutivos, mas acaba se tornando impotente para lidar com a violência que o cerca.


Filme tenso, mas que põe em xeque a teoria behaviorista. Miuto bom, o filme consegue ser interessante predendo a atenção espectador do começo até o fim. Laranja mecânica tem como pano de fundo a teoria Behaviorista que por algum tempo foi base para diferentes técnicas de enino e de tratamento psiquiátricos.



03. O nome da Rosa (1986)

Sinopse: Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.



O nome da rosa foi baseado no livro, de mesmo nome, de Umberto Eco. O filme nos conta, através de um recorte, como era o Clero na idade Média e a sua influência na sociedade. Mostra também como a ciência foi tolhida pela igreja que pregava o misticismo e o poder alienador que a religião possuía com a inquisição que neste período era o simbolo de repressão.  


02. Em nome de Deus (1988)

Sinopse: No século XII, Abelard (Derek De Lint), um respeitado filósofo e professor em Paris, é contratado para ser o tutor da bela e inteligente Heloise (Kim Thomson). Rapidamente eles se apaixonam, mas precisam manter seu relacionamento escondido de todos porque Abelard está comprometido com o celibato.




Outro filme que resgata o período da Idade Média "Em nome de Deus", ótima obra sobre História, tem como pano de fundo um romance que é brutalmente proibido por questões de normas de ordem religiosa. A obra consegue ser fascinante com este romance que nos remetem a filosofia da época que era enraizada com a religião, isto é, existia a pratica de  filosofar no período medieval mas esta filosofia deveria responder harmoniosamente aquilo que também dizia a bíblia.


01. Invasores (2007)

Sinopse: A colisão de um ônibus espacial faz com que algo alienígena penetre em seus destroços, sendo que todos que entram em contato mudam de maneira inexplicável. A psiquiatra Carol Bennell (Nicole Kidman) e seu colega Ben Driscoll (Daniel Craig) descobrem que a epidemia alienigena ataca suas vítimas quando elas estão dormindo. A epidemia não altera fisicamente suas vítimas, mas faz com que as pessoas fiquem insensíveis e sem qualquer traço de humanidade. À medida que a epidemia se espalha fica cada vez mais difícil saber quem está infectado. Para sobreviver Carol precisa ficar acordada o maior tempo possível, para que possa encontrar seu filho.





Invasores é um filme que já apareceu neste blog em outro Top 10: Filmes sobre Alienígenas.


(http://anjyca.blogspot.com.br/2011/03/top-10-de-filmes-sobre-invasao.html),


Mas, aqui entra com outra discussão: a filosófica. Este filme é na verdade, o terceiro a levar pra telona o clássico livro de Jack Finney “The Body Santchers” de 1955.
Entretanto, a obra cinematográfica é pouco pretensioso e simplório comparado com a obra literária, porém, particularmente acredito numa discussão importante a partir deste filme.
Um debate sobre a natureza humana e sua identidade, isso mesmo, quando o filme retrata a perda da subjetividade no momento que os humanos são invadidos por um vírus alienígena que modifica o DNA se integrando a ele. 
A melhor cena de "Invasores" se passa no jantar onde Bennell é desafiada por outro convidado a explicar por que acreditar num mundo sem violência, se a raça humana é por natureza mesquinha e cruel? Ele afirma que a única coisa que nos diferencia dos outros seres  vivos é a estrutura social, no momento que essa estrutura se desfaz os homens são regidos pelos instintos primários de sobrevivência
psiquiatra consegue convence-lo, ao menos deixa-lo sem palavras, quando cita alguns teóricos importantes e o contraria defendendo que a humanidade caminha para um futuro mais civilizado onde as pessoas de amanhã serão mais racionais e humanas que as de ontem e blá, blá, blá...
Porém, no final do filme,  quando tudo está voltando a normalidade ela própria, a personagem de Nicole Kidman, duvida daquilo que tão cegamente acreditava das teorias sobre uma humanidade mais "civilizada".





Fonte das Sinopses: www.arodocinema.com.br


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Inferno Brasileiro (Humor negro)

(Esqueci o autor deste Conto, mas fico devendo. Farei pesquisas e postarei aqui em breve!!!)

Um determinado cidadão falece e, como enriqueceu em demasia explorando o trabalho alheio – não havendo espaço para o culto simultâneo a Deus e a Mammon – deve encaminhar-se para o inferno. Consta que haveria várias alternativas: o inferno norte-americano, o inferno alemão, o inferno brasileiro e entre outros países . O recém-falecido, desgostoso por ter vivido em um país subdesenvolvido (Brasil), resolve, já que estar morto, passar a eternidade no inferno de um 1º mundo. Dirige-se ao porteiro do inferno americano: “Como são as coisas por aqui?” O encarregado responde: “Caldeiras permanentemente ligadas a 500º centígrados e cem chicotadas de hora em hora”. Dirigindo-se assustado ao inferno alemão o encarregado local informa: “Aqui as caldeiras ficam ligadas a 1.000º centígrados e são aplicadas duzentas chicotadas no lombo a cada meia-hora”. A esta altura apavorado, dirige-se então à portaria do inferno brasileiro e percebe uma longa fila e já escuta um sambinha ao fundo... “Como é que são as coisas por aqui?” pergunta ao encarregado. 



O demônio à portaria do inferno brasileiro informa num tom de voz parecido ao dos políticos formais: Nem o locutor parece acreditar em suas próprias palavras, proferidas com solene seriedade: “Caldeiras ligadas a 5.000º centígrados, 300 chicotadas a cada quinze minutos e, nos intervalos, o condenado tem de ingerir um balde de merda”. “Socorro! Volto ao inferno norte-americano, pelo menos lá as coisas são menos dramáticas!” Ouvindo o comentário e reconhecendo o sotaque do conterrâneo, o porteiro brasileiro o chama a um canto e em tom cúmplice, corruptor e camarada, tom que em alguns momentos nos distingue de outros povos, informa: “Olha, isso aqui é o inferno brasileiro... A caldeira está parada há mais de 500 anos por falta de peça. O encarregado das chicotadas quase não para por aqui; só vem, bate o ponto e faz bico nos outros infernos. Quanto aos intervalos, quando há merda não há balde e quando há balde não há merda. Assim sendo, o pessoal fica lá no fundo tocando um sambinha...”



Então o que me diz?!

terça-feira, 10 de abril de 2012

À sangue Frio (Truman Capote)

Altamente recomendável!!!

O livro é uma obra-prima de Truman Capote, jornalista nascido em Nova Orleans em 1924 e falecido em 1984. "A sangue Frio" é um romance não ficcional fruto de uma longa jornada de pesquisas e entrevistas sobre um assassinato brutal de uma família em 1959 que chocou todo o Kansas.
O autor publicou a história, pela primeira vez, em quatro partes na revista "The New Yorker". 



De um modo geral, o livro narra o assassinato do do fazendeiro Herbert Clutter e de sua esposa, Bonnier, e dos seus dois filhos, Nancy e Kenvon. Os Clutter era uma típica família americana pacata, religiosa e integrada à comunidade. Porém, Capote não se restringe a narrar os homicídios, ele descreve também, através dos dados apurados, como eram cada integrante da família e o que tinha acontecido no dia que se antecedeu ao crime. Além é claro, de descrever como a cidade se comportou depois do crime até a execução dos acusados. Minuciosamente o autor se dedica a informar relatos da vida dos criminosos, desde  a infância até a execução de ambos.


Enfim, à sangue frio é uma prova viva de que qualquer história pode se tornar interessante só depende, é claro, de um bom escritor. Truman Capote, consegue ser este escritor fascinante e parcial. Ao resgatar detalhadamente todas as informações possíveis e foi isso que acabou tornando o livro riquíssimo e de ótima qualidade. 


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Muito além dos irmãos Lumière

Resenha do documentário: "o filme antes do filme"


O filme antes do filme” de 1985, do cineasta, roteirista e pesquisador de mídia, Werner Nekes que apresenta uma reunião de objetos cinematográficos, imagens antigas, cenas de efeitos especiais que antecederam a sétima arte: o cinema. Dioramas, filmes de cabine, zoetropes, traxinoscopes entre outros, compõem este documentário histórico. No filme Nekes apresenta a sua própria coleção que é extensa e composta de cinco séculos de raros objetos científicos, livros históricos e brinquedos visuais do período inicial das artes da mídia. Sua coleção é ao mesmo tempo, fascinante e informativa.





Nekes em seu documentário de 83 minutos também dignifica os pioneiros quase esquecidos que também foram fundamentais para a invenção do cinema que, diferente do que é geralmente informado, não se limitou apenas aos irmãos Lumière. O diretor em seu filme guia o espectador através de sua coleção única, como através de um museu. Ele demonstra seus objetos históricos em movimento, porque é somente em movimento que se desenrola a sua magia e que elas recuperem mais uma vez, o encanto que irradiou no período histórico correspondente. 


De uma forma geral quando são mostradas a Câmara Obscura, a Lanterna Mágica, e peep-shows usados a partir do século XVII, a arte do teatro de sombras e muito mais. Werner Nekes quer explicar em sua obra cinematográfica que todos esses objetos de artes iniciais de ilusão de movimento e espaço representam o pré-cinema e que tudo isso foi de grande relevância para o preparo do caminho que levou ao filme como conhecemos hoje.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Estereótipo Preconceituoso em propaganda do Sabão Ariel

CAMPANHA: PENSE LIMPO PENSE ARIEL


Apesar da campanha ser de 2010, só este ano tive oportunidade de ver. Depois de assistir ao vídeo publicitário da campanha percebi o motivo de tanta indignação por parte do público. Foi grande e intenso a mobilização contra o comercial. 
A seguir deixo minha redação sobre o assunto e o vídeo para que vocês tirem suas próprias conclusões.


A campanha publicitária, “Pense limpo, pense Ariel” do sabão líquido de uma das marcas mais respeitadas no ramo de limpeza doméstica do Brasil, causou grande reboliço nas grandes redes sociais. O vídeo da propaganda, da marca da empresa P&G, de 30 segundo veiculados na Internet deixou uma gama de pessoas indignadas que alegaram que a propaganda feri o respeito a diversidade no momento que se utiliza de estereótipos preconceituosos.



A empresa Ariel foi criticada pelo conteúdo do vídeo publicitário que simula um teste em que colocam duas pessoas para tomar banho com sabão líquido e outra com sabão em pó. Até ai nada demais, porém o primeiro homem toma banho com o produto da Ariel ele é jovem, corpo com musculatura bem definida e segundo os padrões de beleza atuais, é considerável um rapaz bonito. Já o segundo homem, que representa os produtos de sabão em pó, é gordo, mais velho que outro rapaz, atrapalhado e desastrado.
            O grande debate foi, por que o gordo deve ser o retrógrado, ineficiente e sujo? Por que bater na tecla do preconceito? Estereótipos são usados freqüentemente nas propagandas, no entanto, é preciso cautela ao utilizá-las, pois, podem transmitir mensagens negativas que ajudem a perpetuar alguns preconceitos. Ao associar o segundo homem aos produtos, considerados ineficientes pela propaganda, ao mesmo tempo conciliar alguém fora dos padrões de beleza como algo ultrapassado e que não se deve mais usá-los.
O vídeo publicitário da Ariel prioriza um discurso embasado na ideologia da beleza que defende que o belo está relacionado aos padrões de magreza impostos pela indústria da moda, a fim de atender a necessidade de vender cada vez mais. Seguindo esta ideologia a propaganda da marca P&G associa justamente o homem “belo” ao seu produto que é prático e eficiente e o homem “feio” ao produto das marcas concorrentes que são ultrapassados e ineficientes.
            A campanha não conseguiu alcançar seus objetivos, primeiro porque os vídeos não conseguem transmitir a real mensagem do produto, que no caso seria provar que o sabão em liquido é bem mais fácil de usar. A segunda questão seria o preconceito implícito no conteúdo publicitário, sendo assim a propaganda vai contrária aos ideias do respeito a diversidade. Enquanto as pessoas lutam por igualdade social, contra a gordofobia, a Ariel mostra-se arcaica com mais um apelo desnecessário à beleza ideal, que não existe na realidade.

Intencional ou não, o preconceito é presente e explícito.